quinta-feira, 20 de julho de 2017

League of Legends






Se você estava em uma ilha deserta nas duas últimas semanas, pode ter perdido uma das discussões recentes mais importantes sobre o competitivo brasileiro de League of Legends. Tudo começou quando, antes do Rift Rivals, a Riot Games da América Latina Norte publicou um vídeo  (abaixo) apontando que os times brasileiros chegariam ao novo torneio internacional com menos partidas jogadas por conta do formato do CBLoL: melhor de dois só de ida.
Buscando dados, o ESPN eSports publicou uma matéria comparando o número de jogos disputados em cada região de League of Legends, em diferentes formatos, e a notícia não foi nada boa para o Brasil: o CBLoL é a região que joga menos LoL competitivo no mundo.
Após a afirmação da própria Riot Games de que o formato do torneio é acordado com a participação de times e jogadores, e um texto opinativo e argumentativo de Felipe Felix sobre o assunto, a equipe do ESPN eSportsaproveitou a 6ª rodada do CBLoL para perguntar a opinião de outros protagonistas da história - os jogadores.
Para Caio "Loop" Almeida, suporte da paiN Gaming, os jogadores sempre vão querer jogar  mais partidas, mas que isso está fora do alcance deles. "O que é unânime entre os jogadores é que a gente gostaria de jogar mais, mas o que muita gente não entende é que não é tão simples - do ponto de vista da Riot e do torneio", afirma.
"Acho que falar é fácil que gostaríamos de jogar mais, que gostaríamos de ter uma MD3 ida e volta, ou MD2 ida e volta, mas às vezes não compreendemos muito bem as coisas necessárias para isso (...), toda a logística em volta dessa questão", continua.

MD2 ou MD3?
Entre as ligas regionais de League of Legends pelo mundo, existem diferentes tipos de formatos que vão desde o MD2 único (o CBLoL) chegando até o MD3 de ida e volta. Quando perguntamos qual era a preferência dos entrevistados, recebemos respostas diferentes.
"Acredito que a MD3 deveria ser mandatório", ressalta Matheus "Mylon" Borges. "E, para deixar ainda mais justo, seria ida e volta. Melhoraria muito o jogo. Teríamos menos dias de treino, mas o CBLoL em si já é um pouco de treino, então seria mais produtivo porque saberíamos quais são os melhores times".
Por sua vez, André "esA" Pavezi acredita que o ideal seria uma MD2 de ida e volta por garantir uma maior quantidade de partidas, apesar de ver vantagem na MD3. "Na MD3 você consegue trocar de estratégia e usar duas diferentes no mesmo lado", citando a troca de lados azul-vermelho-azul, por exemplo. "Mas os dois formatos seriam tranquilos pro Brasil".
Thiago "Djokovic" Maia, técnico da Keyd Stars, já considera que o importante da mudança seria fazer os times jogarem mais. "Quanto mais jogos, o time mostra mais. Às vezes um time no CBLoL joga sete séries (14 partidas), e vai ser rebaixado. Então, se você tivesse uma ida e volta, o time jogaria catorze séries (28 partidas)", explica. "Acredito que isso é bom pra região e para dar tempo aos times de se desenvolverem".
"Uma MD2 ida e volta é melhor para as organizações, que poderão mostrar mais seus times no palco", adicionou. "O CBLoL está num momento de reestruturação de jogadores. Tem muitos jogadores novos aparecendo, como o Juzinho no nosso time, a INTZ trouxe Shini Envy, que não estavam tanto no radar. (...) Acredito que, para essas equipes entrarem em sincronia, o ideal são mais jogos no palco. Mesmo que continue a MD2, se fosse ida e volta seria melhor para todo mundo".



Mas é só isso?
Questionamos os jogadores se o formato do CBLoL era o grande vilão da história e responsável pela baixa do nível brasileiro em comparação ao resto do mundo - visto tanto durante o MSI quanto no próprio Rift Rivals.
Loop discorda:  "Não acredito que se possa dizer que não iríamos tão mal caso tivéssemos outro formato. Esse tipo de derrota/dificuldade sempre envolve muitos fatores. O jeito que treinamos no Brasil pode ser melhorado. A própria qualidade dos times precisa ser melhorada. Não estamos em uma fase que podemos chegar e dizer que o CBLoL está muito bom, no nível mais alto. Temos que melhorar nossos pontos também".
Para o suporte, os jogadores precisam focar em coisas que podem controlar, como treinar melhor, se adaptar melhor ao que está no meta, à mudança de patch. "Toda semana a gente tem que se adaptar melhor, ao invés de ir atrás do que não está em nosso controle", finaliza.
Já Jockster levantou dois outros pontos que acredita atrapalhar o cenário brasileiro: a falta de disciplina dos jogadores e o formato dos playoffs. "Na minha opinião, não é só o formato que faz o CBLoL ficar um pouco atrás de outras regiões. Os jogadores daqui não têm muita disciplina, e isso é uma coisa muito importante para ser profissional de qualquer coisa", disse.
Sobre o formato da competição, o suporte da INTZ concordou que o número de jogos poderia ser maior e que uma MD3 tiraria a frustração de empates, mas que o sistema dos playoffs também é falho.  "Nesse formato, se você ficar em segundo ou terceiro não importa, basicamente. Você não tem nenhuma vantagem, então acho que essa falha é um pouco grande", afirma. "Acho que os playoffs são um pouco ruim. Não há muito tempo para se preparar, não tem quartas de final. Quem fica em primeiro e segundo podia ir direto para as semis, por exemplo. Acredito que isso daria mais motivação aos times, que se dedicariam  principalmente nas últimas semanas".

Esperança para o futuro
Se houve um sentimento em comum, é que tanto jogadores quanto comissão técnica esperam uma mudança no futuro. esA, por exemplo, demonstrou tristeza ao saber que o Brasil está atrás no número de jogos mesmo tendo uma das melhores estruturas das regiões wildcard.
"Sendo bem sincero, é meio triste saber que no Brasil, onde tem bastante estrutura, temos menos jogos. Lá no Chile, inclusive, eles não têm a estrutura que temos no Brasil. O estúdio é muito menor, o público é muito menor. Tudo é muito inferior ao brasil, mas a quantidade de jogos fazem com que eles consigam se preparar melhor mentalmente e fazer mais o que praticam no treino", ressalta.
Para Djoko, no entanto, é tudo uma questão de evolução natural de um cenário que, até pouco tempo, nem estúdio tinha. "É uma evolução que faz sentido. Acredito que para esse ano não tem mais jeito, mas que para o ano que vem, conhecendo a Riot do Brasil e os times, algo será conversado e alguma mudança será feita", garante. "Todo mundo quer evoluir, e vai ser ótimo se evoluir".
Enquanto isso, a segunda etapa do CBLoL 2017 chega em sua última semana da fase regular no próximo final de semana. No sábado (22), teremos ProGaming x CNB e Red Canids x Tshow. Já no domingo, os confrontos serão Team One x paiN e INTZ x Keyd Stars.
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